.gif)
Zardari gando hai!

Tanta permissividade em pleno mundo muçulmano, em um lugar onde está sendo construída a maior mesquita do globo (em Abu Dhabi), e Dubai passa imune à praga dos atentados terroristas movidos a fanatismo religioso? A realidade não é tão simples. A Al Qaeda usava bancos de Dubai para lavar dinheiro, dois dos suicidas do 11 de Setembro tinham passaporte dos Emirados Árabes e a enorme população de trabalhadores estrangeiros – os cidadãos locais são apenas 15% do total –, na maioria vindos de países muçulmanos pobres, provê um ambiente de vulnerabilidade. O fato, no entanto, é que não existem grupos terroristas com base nos Emirados Árabes, tampouco o país é um celeiro de jovens fanáticos, violentos e revoltados – um fenômeno incontrolável na vizinha Arábia Saudita, celeiro de suicidas com destino ao Iraque. Em comum, dubaienses e sauditas têm a mesma matriz cultural – descendem das tribos de beduínos do deserto –, a fartura, embora irregularmente distribuída, do petróleo e a rigidez religiosa. Os homens mantêm a tradição de usar a túnica branca chamada dishdasha e de cobrir as mulheres de negro. São governados por chefes tribais que se proclamam nobres e controlam a burocracia religiosa com fartos subsídios. Comparado com a Arábia Saudita, no entanto, Dubai é um bastião de tolerância e flexibilidade. Em relação ao restante do Oriente Médio, com o quadro de horrores do Iraque, o Líbano sendo mais uma vez sugado para o abismo e a desgraça palestina aumentada atualmente por iniciativa própria, Dubai parece um milagre.
"O governo e a população de Dubai agem com a convicção de que é preciso, antes de tudo, ter prosperidade e desenvolvimento", diz o palestino Nabil Khatib, editor executivo da Al Arabiya, um canal de notícias sediado em Dubai que disputa com a Al Jazira a audiência do público árabe. Esse modelo influencia os países vizinhos, como Omã, o Iêmen e a própria Arábia Saudita. Todos querem imitar um pouco do ar de modernidade que Dubai criou para si. A questão é saber se conseguirão transpor as enormes barreiras culturais. "Queremos estimular os outros países da região a assumir o nosso modelo de abertura e concorrência global", diz o subsecretário do Ministério da Economia Abdulla bin Ahmed Al-Saleh. "Não podemos garantir o sucesso de nossa experiência se nossos vizinhos não adotarem o princípio do desenvolvimento econômico como meio para reduzir a violência." É precipitado e arriscado dizer que Dubai poderia sinalizar um caminho para tirar o Oriente Médio de seu estado de convulsão permanente. Mas o ambiente de miragens arquitetônicas que brotam do deserto propicia um sonho assim.
ENTRE A PRESSÃO SOCIAL DA TRADIÇÃO, O SHOPPING CENTER E O NAMORO POR CELULAR
VÉU COM JEANS
Ola Al-Alawi é uma típica e rica jovem de Dubai: faz faculdade e só sai na rua maquiada, grifada e coberta de preto (na foto à direita, fazendo compras com a irmã Aldana). Por baixo da túnica preta, está sempre dentro da moda ocidental, como aqui, em sua casa em um condomínio de luxo.
Os jovens de Dubai enfrentam o dilema entre tradição e modernidade de forma intensa e constante, refletindo os valores que os Emirados Árabes têm de equilibrar como nação. Da escolha sobre o que vestir aos relacionamentos amorosos, tudo lembra que eles vivem em um país com o olhar voltado para o Ocidente e os pés fincados no mundo islâmico. É comum ver rapazes vestidos com as túnicas brancas que são o traje nacional masculino e boné de beisebol no lugar do tradicional kaffiyeh, o lenço branco na cabeça. À noite, quando vão aos bares onde se fuma narguilé, os rapazes preferem jeans e camiseta. Garotas modernas como as irmãs Ola e Aldana Al-Alawi só saem em público de lenço na cabeça e abaia – vestido negro, tradicional na Arábia Saudita e nos países do Golfo, usado sobre as outras roupas para não deixar ver o contorno do corpo das mulheres. Em Dubai, o uso da abaia não é obrigatório, mas muitas mulheres não saem de casa descobertas por pressão dos pais, do marido ou até das amigas. "O bom da abaia é que, dessa forma, o que escondemos por baixo do pano fica reservado para o futuro marido", diz Aldana, estudante de contabilidade na Universidade Americana (nas faculdades de Dubai, todas as aulas são em inglês). Elas têm abaias, feitas por estilistas locais renomados, que chegam a custar 1 000 dólares. "Pela abaia dá para saber a que classe social pertence a mulher", diz Zena, a mãe das garotas. Ela própria não se sente obrigada a usar a roupa tradicional.
As irmãs são fascinadas por bolsas e sapatos de grife, os poucos acessórios que aparecem em público. "Mas por baixo da abaia também nos preocupamos com a qualidade das roupas, porque gostamos de estar bem vestidas quando vamos à casa das amigas", diz Ola, que já morou no Canadá e hoje estuda finanças na mesma universidade que a irmã. Uma beldade de longos cabelos e olhos que evocam os mistérios do Oriente, Ola já sonhou em ser modelo – é uma admiradora da baiana Adriana Lima. Mas desistiu quando lhe disseram em uma agência que devia começar distribuindo panfletos. Apesar de acatar a pressão social para se cobrir de negro em público, ela desfruta uma liberdade inimaginável em países vizinhos como a Arábia Saudita, onde as mulheres são proibidas de dirigir e de viajar sozinhas. No frescor de seus 20 anos, Ola diz que não pretende se casar. "Os homens não são confiáveis", queixa-se. Filha de um alto executivo da indústria do aço, ela pertence a uma classe social em que os casamentos arranjados diminuem e os namoros – por celular – prosperam.
Paquistão lança ofensiva para recuperar estrada no Waziristão do Sul
O Exército do Paquistão lançou uma ofensiva para recuperar o controle de uma importante estrada da região tribal do Waziristão do Sul, antes de começar uma operação em grande escala contra o líder talibã paquistanês, Baitullah Mehsud, informou neste sábado à Agência Efe uma fonte militar.In pictures: Aid for Pakistan's displaced
As fighting continues in the Swat Valley and Lower Dir region continues, many thousands of people have joined the 2.5 million who have already fled their homes, often with the bare minimum of belongings.