Wednesday, 5 August 2009

Carol entrevistada por jornal

Por: Bárbara Prince - aluna para jornal da USP

Cada um no seu país
Diferenças culturais, preconceito, distância. A história de brasileiras que enfrentam tudo para ficar com os seus amores gringos.
Comida apimentada, trajes mais comportados, uma religião e um idioma completamente diferentes dos seus. Foi com isso que se deparou Carolina Padovezi, 22, ao desembarcar pela primeira vez em Islamabad, no Paquistão, em 2007.
Para ela, aquele país era um choque: “me senti voltando aos tempos bíblicos de Abraão”, brinca. Os paquistaneses também repararam no seu estrangeirismo. “As pessoas me olhavam muito e isso me incomodava, eu me sentia um ET. Chegavam até a parar o carro para falar comigo, eu morria de medo”. Mas a viagem a uma terra tão distante e diferente da sua tinha um objetivo que, para Carol, justificava qualquer coisa: conhecer pessoalmente Ahmed, 23, com quem ela vinha se comunicando pela internet há dez meses.
O gosto pelo diferente
Carol e Ahmed se conheceram pelo Orkut, através de um amigo em comum, em março de 2006 e se apaixonaram. Ela conta que sempre se interessou por essa cultura que se originou na Arábia Saudita, mas que nunca tinha pensado que se envolveria em um namoro à distância.
A terapeuta de casais Lidia Rosenberg Aratangy, em seu livro Sexualidade – A difícil arte do encontro, explica a atração que pessoas como Carol sentem por gente tão diferente: “Muitas vezes o que torna alguém atraente é justamente aquilo que ele traz de diferente e novo em relação ao universo familiar conhecido”.
A escolha do casal foi chocante para muitos de seus conhecidos, mas principalmente para a família de Carol. Em seu blog ela conta que cansou de ouvir familiares alertando-a, acreditando que Ahmed fosse um terrorista, enquanto a família dele a recebeu muito bem. Carol já morou no Paquistão por um mês em 2007 e por três meses entre o final de 2008 e o início de 2009. Hoje eles estão noivos e ela continua lutando contra o preconceito – uma luta que vale a pena para ela, que está apaixonada e feliz. Aliás, apesar das suas opiniões diferentes (a religião e é uma das poucas desavenças que os dois ainda têm), Carol se relaciona melhor com Ahmed do que com brasileiros. “Senti que os paquistaneses têm um enorme respeito por suas esposas.”
Isso é uma demonstração de que as diferenças nem sempre são prejudiciais ao relacionamento. Lidia Aratangy afirma que “diferença não significa inferioridade, e as bagagens desiguais podem enriquecer a convivência e tornar a vida interessante”.
Namoro virtual
Carol não é a única brasileira a se aventurar com esse tipo de experiência. Na comunidade do Orkut “Casado com estrangeiro”, 2.772 brasileiros e brasileiras compartilham suas experiências e histórias de amor. Entre eles está Jennifer Rezende, de 23 anos, que namora o finlandês Veli-Pekka Määttänen, 32.
Jennifer e Völö, como é chamado pelos amigos, também se conheceram através da internet, no final de 2007. Como muitos relacionamentos presenciais, o deles teve início com uma amizade que teve bastante participação por parte dos dois, que conversavam online todos os dias. Não demorou mais do que um mês para que ambos declarassem seu amor um pelo outro.
Depois disso, foram sete meses de espera para que Jennifer tomasse a primeira atitude para aproximá-los – voou até Helsinki para passar três meses ao lado de Völö. O namoro presencial deu muito certo e, no verão seguinte, foi a vez dele visitá-la em São Paulo. Desde então, os dois mantêm o seu relacionamento à distância, se comunicando pela internet. Para Jennifer, isso não é nada fácil – alguns amigos e membros da sua família, que ela chama de “vilões”, tentam acabar com o seu conto de fadas, insistindo em lhe dizer que o namoro não dará certo. Mas ela supera qualquer opinião alheia com a ajuda de Völö. “Ele nunca tem momentos de desânimo e acreditou em nós desde o princípio” diz ela, feliz.
Ela conta em seu blog a sua perseverança em relação ao romance: “Não escolhi ter um namoro assim, não escolhi me apaixonar por ele, mas ele entrou na minha vida e eu não quero que saia mais”. Para ela, o que o que mais ajuda um namoro como o seu é a confiança – “a confiança um no outro, a confiança de que no final tudo vai dar certo” – e, o mais importante, o amor.
Enquanto era entrevistada pela Gloss, Jennifer recebeu a notícia de que o namorado virá vê-la no mês de setembro, após quase oito meses desde a última visita. Desde então, ela vem contando os dias para ficar novamente ao lado de quem ama, como toda mulher gosta.
Referências:
ARATANGY, Lidia Rosenberg. Sexualidade – a difícil arte do encontro. 4ª edição. Ática, São Paulo, 1998. p.34-35.
Blog da Carol http://carolpaquistao.blogspot.com/
Blog da Jennifer http://jennynafinlandia.blogspot.com/
Comunidade “Casado com um estrangeiro”: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=86788

5 comments:

Mariachiquinha said...

Muito chique essa menina!
Quanto mais tocármos nesse assunto, menor o preconceito e maior aceitação até mesmo para quem está na dúvida entre~viver ou não um amor com um estrangeiro.
Beijitos

Camilla said...

Ai Carol, eu achei ultra mega blaster interessante a tua história!

Sucesso no teu relacionamento, quando há amor, podemos tudo!

Um beijo x:*

Anonymous said...

Gente, que arraso! :D

Quero ser entrevistada também, humph! Hahahaha!

Carol said...

nao consigo acessar o blog da Jennifer...

Everyn Palhares said...

Mas num eh q minha ameega linda e phopherrima tah virando celebrity???? Wowowwoowo...AMAYYYY!!!

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