Essa série está tudo de bom, que nem pude esperar pra postar a segunda parte.
Eu tinha colocado o link do site, mas deu erro em tudo aqui.. aff, no último post eu coloco oks?
Diário de Viagem - Segunda Parte
Segunda-feira (5 de novembro de 2007)
Gilgit – Karimabad (3 horas)
A noite havia sido fria. Fria como havia tempo que eu não via. Apesar do frio, os dias estavam espetaculares neste começo de outono, quando o clima ainda está bastante seco e o céu completamente azul. Dei uma volta pela cidade logo pela manhã, em busca de do centro de informação e de descobrir o preço da passagem aérea de volta, já que eu não estava nem um pouco interessado em tomar aquele ônibus mais uma vez.
O centro de informação parecia que não iria abrir tão cedo nesta segunda-feira, a companhia aérea cobrava uma valor mais caro do que eu esperava e a úncia coisa boa desta minha caminhada foi que eu encontrei a roupa paquistanesa que eu queria numa loja de roupas usadas e o melhor, por uma camisa e calça que eu queria, paguei apenas cerca de 7 Reais.
Depois disso eu voltei para a minha hospedagem, arrumei minhas coisas e parti para o ponto de ônibus, para tomar um veículo rumo à turística cidade de Karimabad, localizada no coração do Vale do Hunza (a melhor tradução que eu encontrei para Hunza Valley). A van comportava 18 pessoas e não sairia da estação enquanto não estivesse completa. Esperei cerca de 30 minutos até que o veículo estivesse lotado e então, espremido num dos bancos do veículo, segui para o norte.
A viagem foi muito melhor que a de ontem. Desta vez a estrada estava em bom estado – ela só não estava no trecho anterior porque ela foi devastada pelo terremoto de 2004, que também matou centenas de pessoas – e a viagem foi mais agradável, especialmente pelo fato de ter durado apenas 3 horas. No início da tarde eu já estava em Karimabad, numa hospedagem simples, barata e acolhedora, onde encontrei mais alguns viajantes.
Alí eu via a beleza da região em sua melhor forma. Algumas das montanhas mais altas do mundo, picos nevados, vales e geleiras, além de uma gente altamente hospitaleira e simpática, as quais levam a vida de uma forma serena e pacata, sendo muçulmanos, mas sem as paranóias que o islamismo por vezes cultiva. Senti-me em casa logo nos primeiros instantes no local.
Ao final do dia, após um pôr-do-sol de tirar o fôlego, todos os hóspedes do hotel jantaram juntos e conversaram durante horas, até o sono chegar.
Terça-feira (6 de novembro de 2007)
Karimabad e arredores
Acordei cedo, junto com o sol na realidade. Queria ver o sol dar início ao dia iluminando primeiro o topo das montanhas que cercavam o vale. Relutando um pouco devido ao frio, eu coloquei diversas camadas de roupa e subi até o terraço da casa onde estava. O frio estava forte e as pequenas poças d’água pelo chão estavam congeladas. Apesar disso, a vista compensou o esforço: um céu sem nuvens e os raios de sol, quase que visíveis, chegavam apenas nos altos picos das montanhas com seus 8 e 7 mil metros.
Na medida que o sol iluminava de dourado cada um desses picos a neve derretia e pequenas núvens se formavam ao redor dos cumes. Fora eu e o o Ji (o dono da hospedagem, que sempre falava “ji” no final de cada frase, assim passei a chamá-lo de Ji), todos na hospedagem estavam dormindo, mas aos poucos começaram a acordar, na medida que o sol chegava e esquentava o ambiente.
Tomei um simples café da manhã e fui para o Baltiti Forte, como é conhecido este forte de mais de 800 anos que fica no alto de uma montanha, com picos de 7 mil metros ao seus fundo. Ao caminhar pelas ruas da cidade, passei pelo campo de polo, já desativado, pois não há mais cavalos na cidade, cruzei com alguns yaks (espécie de búfalos presente nas regiões mais altas) e cheguei ao forte.
Não havia quase ninguém na cidade e ninguém no forte, que ainda estava fechado e já eram 9 da manhã. A vida nas montanhas era mesmo diferente. Encontrei um guarda e ele disse que o forte logo abriria as suas portas. Enquanto esperava, observei algumas família começarem o seu dia. A população desta parte do país não carrega a fisionomia do sul asiático, mas sim do centro deste continente, de países que um dia já foram parte da URSS, como Kazaquistão, Tajiquistão e Usbequistão (os vizinhos mais próximos desta região).
Mais que a diferente fisionomia, o comportamento das pessoas também é bastante diferente. Uma grande hospitalidade e uma enorme simpatia faz parte dessas pessoas. Depois de esquecer do tempo vendo a vida daquelas pessoas, o guarda do forte veio me avisar que o local já havia aberto suas portas e que eu poderia entrar.
No valor do ticket de entrada, que não era barato para o Paquistão, estava incluso um guia e boa parte daquele dinheiro iria para ajudar na restauração do local. Logo apareceu o guia e me mostrou todo o local, que para a residência de uma “família real” não era assim tão grande e mais rústico que o normal. O prédio como um todo era marcado por linhas e formas tibetanas, já que na época que foi construído a região estava mais influenciado por esse povo, incusive tendo o budismo como religião.
No subsolo do prédio de 3 andares, estava um pequeno calabouço para os desertores, que ficavam detidos alí por pouco tempo antes de serem tranferidos para o que é o hoje a fronteira entre China e Paquistão, onde eram apenas largados por lá. Alguns morriam, outros ficavam por lá e outros ainda conseguiam voltar, depois de anos, para o Vale do Hunza.
No andar intermediário, ficava a cozinha, ainda negra pela fumaça, com panelas de pedra e algumas de metal – trazidas da China –, também havia o armazém de frutas secas, que ficavam estocadas para o inverno. Somente no 3º andar havia outras influências que não tibetanas, no caso especialmente da Kashemira. Neste andar estavam os cômodos da família real, um para o verão e outro para o inverno, este com mais tapetes e cobertores, além da sala de instrumentos musicais, onde ocorriam as celebrações. Por fim, havia o terraço, com vista para o vale e para as montanhas, com uma decoração sem muitos detalhes.
Após a visita ao forte, eu já estava próximo das montanhas e de uma gelereira, resolvi então caminhar até lá, apesar de saber que não seria uma caminhada fácil. Comecei cruzando o vale e já subindo uma ingreme elevação repleta de pedras e areia o que foi a primeira dificuldade para os meus tênis de sola completamente lisa. Depois tive que cruzar um pequeno rio caminhando sobre pedras soltas. Até aí tudo bem, mas depois havia pedras gigantes em meu caminho e passagens realmente difícies. Ao chegar na metade, tive que admitir que não seria mais possível, assim voltei para o pequeno vilarejo, já com algumas bolhas nos pés e cortes nas mãos.
No vale eu almocei e depois fui até o Rio Hunza, justamente na base do vale. Além do fato de estar na base do vale, alí eu podia ver algumas formações rochosas curiosas e pontes frágeis sobre o rio. Após o passeio eu tinha que voltar e não queria subir caminhando até o vilarejo, assim eu usei a técnica que as pessoas nativas usam: corri atrás de uma van, saltei e agarrei num suporte metálico que há na traseira do veículo. Agarrado alí eu subi a montanha e quando era hora de descer eu apenas saltei do veículo e caminhei por mais alguns metros até minha hospedagem, para então ver o sol se pôr, jantar e me preparar para mais uma noite fria.
Quarta-feiram (7 de novembro de 2007)
Karimabad – Passu – Gilgit
Acordei com uma dúvida: voltaria para Gilgit para depois seguir para Islamabad ou seguiria mais ao norte, perto da fronteira com a China, na bela cidade de Passu. Todos os que estava na hospedagem haviam ido embora e eu ainda tinha essa dúvida em minha cabeça. Fui para cidade para comprar um mapa que eu queria, mas descobri que o o comércio abriria suas portas somente depois das 11 da manhã, como de costume.
Assim, resolvi sair da cidade sem meu mapa mesmo, agora com um destino certo, mais ao norte. Pulei então em outro carro, agarrei na barra de ferro e segui até a próxima cidade, 5 quilômetros dalí, Aliabad. Em Aliabad ainda pensava se valeria mesmo a pena seguir para Passu, mas resolvi não pensar muito e apenas entrar na van lotada de gente e segui até lá.
O motorista estava correndo bem e a viagem foi mais rápida do que eu esperava, os problemas, entretanto, começaram quando eu cheguei ao local. A aldeia parecia uma cidade fantasma. Não havia ninguém por alí, havia placas de hoteis, mas todos eles estavam fechados, assim como as 5 vendas do vilarejo. Bati na porta dos hoteis e ninguém apareceu, busquei entrar alguém pelas ruas e nada. Depois de algum tempo encontrei um bando de crianças jogando cricket, mas infelizmente nenhuma delas falava inglês.
Não sabia mais o que fazer. Um sujeito então parou seu carro na beira da estrada, perto da onde eu estava e eu fui falar com ele. Não tive boas notícias, parecia que hoje era algum dia especial no local (ou fora do local) e diversos do moradores dalí haviam ido para outra cidade. Talvez eles voltassem pela noite, mas ainda era incerto. O pior mesmo era que não havia mais nenhum tipo de transporte para eu voltar agora. Sem comida, sem local para ficar, eu sabia que estava com problemas e quando o sol fosse embora eu poderia congelar alí.
Voltei para a estrada e no mesmo instante eu vi um carro passando, estendi a mão e pedi uma carona. No mesmo instante o carro parou e me convidou para entrar. Os 2 sujeitos dos bancos dianteiros pareciam simpáticos, no entanto não falavam uma palavra em inglês e eu quase nada de urdu. A comunicação estava prózima de zero, mas o suficiente para eu conseguir explicar que eu queria sair dalí. Inicialmente falei de Aliabad, mas eles disseram que estava indo para Gilgit, aonde eu queria chegar. Segui com eles até Gilgit, da onde eu iria tomar um avião para Islamabad amanhã.
Quando cheguei na cidade, por volta das 5:30 da tarde, tinha dúvidas se encontraria o escritório da companhia aérea ainda aberto. Todas instituições fecham antes das 4 por aqui. Corri então para o escritório da PIA (nome da companhia aérea) e como eu já esperava eles estavam fechados. Não desisti, nunca desisto tão cedo. Bati na porta e ninguém. Bati na porta novamente e apareceu alguém. Falei com o senhor e ele disse para eu voltar amanhã, pois hoje eles já estavam fechados. Tentei falar com ele e ele, que já estava sem paciência, chamou outro funcionário.
Ao falar com este outro funcionário disse que tinha uma reserva e ele abriu a porta para mim. Agora poderia comprar meu ticket sem problemas. O problema foi que ao comprar meu ticket de avião, me sobraram quase 300 Rúpias (menos de 10 Reais) e eu ainda tinha que dormir e comer com esse dinheiro. Voltei então para a hospedagem onde eu estava ficando e pedi o quarto mais barato, 150 Rúpias, e uma prato de comida barato e que me sustentasse, mais 100 Rúpias.
Tinha ainda mais 40 Rúpias, o que não daria para muita coisa, mas pelo manos eu chegaria até Islamabad, onde poderia encontrar um caixa eletrônico para sacar mais dinheiro. Agora, não me restava muito a fazer, senão dormir e esperar.
Quinta-feira (8 de novembro de 2007)
Gilgit – Islamabad
Acordei cedo, tomei um banho quente, não tomei um café da manhã hoje, pois não tinha dinheiro e apenas esperei chegar a hora de seguir para o aeroporto. Paguei o hotel e eles me ajudaram dando um desconto de 100 Rúpias, na minha conta, dizendo que eu iria precisar desse dinehiro quando eu chegasse em Islamabad. Aceitei o desconto e fui embora para o aeroporto.
Caminhei até o aeroporto que tinha sua única pista quase que no centro da cidade. No entanto, havia chegado cedo demais e tive que esperar na rua, já que eles não tem sala de espera. Quando chegou o momento de entrar fui revistado algumas vezes e depois cheguei a uma pequena sala destinada apenas aos passageiros. Esperei por mais uma hora até abrirem a porta para os passageiros caminharem até a pista e entrarem no único avião do local.
Eu tinha 2 motivos para estar tomando uma avião. O primeiro era a vista que eu ganharia do avião, que poderia mostrar diversas das altas montanhas da região, incluindo o Nanga Parbat, com seus 8.125 metros, o segundo motivo era que eu não queria realizar mais uma vez a viagem insalubre de 17 horas entre Gilgit e Islamabad. Por isso, pedi um assento na janela do lado esquerdo do avião ao embarcar. Fui atentido, podem me deram o pior assento, justo debaixo da asa.
Ao avião decolou e na medida do possível eu consegui ter uma boa visão das montanhas mais altas do mundo. A incrível paisagem permaneceu durante toda a curta viagem de 55 minutos. Aterrissar no aeroporto de Islamabad, o qual é usado para vôos domesticos, internacionais e militares, foi tranqüilo, o problema foi que os caixa-eletrônicos do aeroporto estava quebrados e eu continuava sem dinheiro.
Resolvi pedir uma carona para Islamabad, que estava a alguns quilômetros dalí. Ninguém me deu uma carona, mas um sujeito me deu 100 Rúpias. Agora já tinha 200 Rúpias de esmola e poderia tomar um táxi. Pedi para o táxi seguir para um banco, ele conhecia bem a cidade, mas o que eu não sabia é que quase nenhum banco era compatível ao sistema internacional que eu uso para sacar dinheiro, Cirrus. (eu tb usava esse.. mto ruim de achar, somente o Banco Samba aceita, hauhauahua conhecidencia?)
Depois de uma longa jornada e diversos caixas-eletrônicos, cheguei ao CitiBank, que pelo visto era o único que funcionava. Saquei o dinheiro e segui para o departamento de vistos e passaportes, para perguntar como poderia fazer para extender meu visto caso necessário. Descobri que poderia fazer alí, porém eles haviam fechado as portas fazia mais de 2 horas e amanhã não abriria devido a um feriado especial. Não poderia ser pior, agora seria melhor não perder tempo para começar a pedalar.
Encontrei também a Embaixada do Brasil, onde seria bom ter uma conversa, mas ela também já estava fechada em plena tarde de quinta-feira e, claro, também não abriria amanhã devido ao feriado que havia sido declarado derrepente. Não poderia fazer muita coisa a não ser conhecer um pouco da cidade então. Entretanto, Islamabad não conta com muitas atrações, sendo mais uma cidade política que turística.
Segui para um dos poucos pontos de interessa da cidade, a Mesquita Faisad, a qual foi considerada a maior mesquita do mundo durante a década de 80. Hoje ela não é mais a maior do mundo, mas dizem que segue sendo a maior da Ásia, o que já é bastante. Eu cheguei ao local na hora do pôr-do-sol, o que deixou a beleza da mesquita ainda maior. Com o Sol se pondo de um lado e uma cadeia de montanhas do outro, eu estava no local certo na hora certa.
Dalí segui para a cidade, atrás de algo para comer, pois já era noite e eu ainda estava com o estômago vazio. Demorei para encontrar um restaurante, mas valeu a pena. Dalí tomei um pequeno táxi até a hospedagem onde eu estava e me preparei para encerar mais um dia e planejar minha ida para Lahore amanhã.
Sexta-feira (9 de novembro de 2007)
Islamabad – Lahore
Acordei sozinho no quarto para 4 pessoas e depois de uma banho quase frio, arrumei minha bagagem para seguir para Lahore. Fui para a rua e tomei um táxi para o terminal de ônibus. Alí descobri que não era uma boa idéia tomar um daqueles ônibus, que além de demorar não eram lá muito confortáveis. Segui então para outra companhia de ônibus, um pouco mais longe e pelo caminho, vi que havia uma confusão na estrada, o que estava obrigando o taxista a contornar em plena rodovia e seguir pela contra-mão.
Depois de algumas manobras arriscadas eu descobrir o motivo da confusão, haviam acabado de matar 2 sujeitos na pista e as ambulâncias já estava alí e a polícia a caminho. Num determinado ponto, não era mais possível mais seguir no táxi, pois todas as pistas haviam sido fechadas, agora eu tinha que caminhar até a companhia de ônibus.
Essa companhia apesar de organizada tinha uma demanda muito grande que resultava em enormes filas para comprar as passagens. Tive apenas tempo de comprar a minha passagem e entrar no ônibus, que era mesmo confortável, mais até do que eu esperava, e seguir tranqüilamente para Lahore. A viagem durou exatamente o tempo previsto e por volta das 3 da tarde eu já estava num ponto de Lahore que eu nem fazia idéia. Tomei então um rickshaw para a hospedagem onde eu estava e pelo caminho descobri que o feriado havia chegado em Lahore também, pelo menos nas instituições governamentais.
Ao chegar na hospedagem descobri que não havia cama para mim e acabei encontrando quase todas as pessoas que estavam alí durante a semana passada. Parecia que ninguém queria ir embora dalí. Fiquei conversando com todos e com as novas caras também e até entrando numa discussão, pelo simples fato de eu dizer que não gosto da Índia para os amantes do país.
O dia acabou comigo dormindo no terraço e sabendo que ainda teria amanhã pela frente, mas que seria basicamente um dia de trabalho.
Sábado (10 de novembro de 2007)
Lahore
Apesar da hospedagem oferecer algumas falicidades para seus hóspedes, como água tratada e máquina de lavar roupa, tudo gratuitamente, esses benefícios era altamente disputados. Ontem eu não havia conseguido lavar a minha roupa e hoje estava brigando para usar a máquina e por algum lugar no varal. Após lavar meu saco de roupa suja eu resolvi inciar o processo de atualização do meu site, que só não pode ser realizado pois a energia elétrica da cidade acabou e não tinha previsão de voltar.
A energia voltou pela tarde e eu consegui fazer um pouco do que precisava, pelo menos até a noite chegar e todos os hóspedes decidirem fazer um churrasco e até comprar cervejas. Malik, o dono da hospedagem, também entrou na festa e até convidou alguns músicos para participar, o que musicou o churrasco realizado no terraço do prédio localizado no centro de Lahore.
Domingo (11 de novembro de 2007)
Lahore
Apesar dos meus planos de iniciar minhas pedaladas ainda hoje eu percebi que se quisesse fazer as atualizações que queria isso não seria possível. Assim, desisti de começar a pedalar hoje e passei quase todo o dia na frente do computador para finalizar o que eu tinha que fazer. Quase todos os turistas foram embora e de cheia, a hospedagem ficou quase vazia no final desta semana paquistanesa.
Amooooooooooooooooooooooooooooooooooo
Essa saudade deixa meu coração apertado!
Deu vontade de conhecer o Pak??
1 comment:
parece um livro bom que agente num consegue parar de lerrrrrrr
amoooooooo
ele deveria ser escritor!
Post a Comment